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sexta-feira, 31 de maio de 2013

Paul Tillich - Liberdade

Liberdade
Paul Tillich
O homem é livre na medida em que tem linguagem. Com sua linguagem, ele tem os universais que o liberam da prisão à situação concreta à qual até mesmo os animais superiores estão sujeitos.
O homem é livre na medida em que é capaz de levantar perguntas a respeito do mundo que ele encontra, incluindo a si mesmo, e de penetrar em níveis sempre mais profundos de realidade.
O homem é livre na medida em que é capaz de receber imperativos incondicionais, morais e lógicos que indicam que ele pode transcender as condições que determinam todo ser finito.
O homem é livre na medida em que tem o poder de deliberar e decidir, rompendo assim os mecanismos de estímulo e resposta.
O homem é livre na medida em que pode jogar com, e construir estruturas imaginárias acima das estruturas reais às quais ele, como todos os seres, está preso.
O homem é livre na medida em que tem a faculdade de criar mundos acima do mundo dado, o mundo dos instrumentos e dos produtos técnicos, o mundo das expressões artísticas, o mundo das estruturas teóricas e das organizações práticas.
Finalmente, o homem é livre na medida em que tem o poder de contradizer-se a si mesmo e a sua natureza essencial. O homem é livre até mesmo com relação à sua liberdade; isto é, ele pode abdicar de sua humanidade [...]
[Paul Tillich – Teologia Sistemática – Editora Sinodal, IEPG – São Leopoldo, RS – 1987 – página 208]

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